A Argentina está, há décadas, em uma crise econômica que envolve inflação e juros gigantescos, altos níveis de pobreza, forte desvalorização cambial e a falta de reservas. Parte desse cenário reflete os déficits fiscais que o país acumula há mais de dez anos. Assim, nas eleições de 2023, um candidato de ultra direita chamou a atenção da população pelos seus discursos radicais e grandes promessas de mudanças.
Assim, Javier Milei venceu as eleições presidenciais e no dia 10 de dezembro assumiu seu novo cargo. Porém 8 dias após sua posse, o país sofre mais ainda.
Medidas de Milei:
Logo após sua posse, Milei reforçou o seu discurso e começou suas mudanças da primeira semana.
O presidente fez uma redução drástica nos ministérios, saindo de 22 para 9, atribuindo a cada um as suas novas funções.
Além disso,o argentino assinou seu primeiro Decreto de Necessidade e Urgência (DNU), que é usado quando o presidente resolve legislar sobre temas urgentes, e vale apenas para áreas limitadas e por tempo determinado.
Milei também revogou a lei que impedia a nomeação de parentes para cargos no governo, e assim sua irmã, Karina Milei foi colocada como secretária geral da Presidência.
Por fim, ele também nomeou o ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, e após o anúncio, Caputo já comunicou o aguardado pacote com as primeiras medidas econômicas do governo.
Entre elas, estão cortes drásticos nos gastos federais, e uma forte desvalorização do peso. A cotação oficial do dólar, a partir de hoje, será de 800 pesos, uma desvalorização de 54% frente aos 366 pesos de antes, de acordo com cálculos da Bloomberg.
Por fim, o presidente da Argentina, Javier Milei, enviou uma carta à Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) solicitando o início das negociações de adesão do país. Segundo fontes próximas ao presidente, ele pediu que o acordo avançasse o mais rápido possível.
Milei afirmou na carta enviada que o país pretende retomar ativamente o processo de adesão à OCDE. Além disso, afirmou também que a Argentina está disposta a fazer o que for necessário para aderir.
Por fim, a ministra de Segurança, Patricia Bullrich, designada para o cargo por Milei, revelou um controverso protocolo com o propósito de “assegurar a ordem pública”, estabelecendo novas diretrizes para a condução de manifestações no país.
Essa proposta tem sido alvo de intensas críticas, principalmente por sua disposição em prender imediatamente aqueles que organizarem bloqueios que restrinjam parcial ou completamente a circulação da população.
O que aconteceu nessa primeira semana após medidas:
Após grandes mudanças, algumas informações foram divulgadas. Assim foram informados os dados da inflação argentina do mês de novembro, que atingiu 160,9%, registrando alta mensal de 12,8%, a maior alta do ano.
Estes números reflectem a incerteza em torno do programa económico e as perspectivas de uma desvalorização drástica.
A desvalorização de 50% anunciada pelo novo governo nesta terça-feira (12), porém, sugere aumentos ainda maiores nos próximos meses.
O Banco Central Argentino anunciou também que considera adequado manter a taxa de política monetária. A decisão foi pautada pela prudência e flexibilidade.
Como resultado, a taxa da fatura de liquidez de 28 dias permanecerá em 133%. O BCRA afirmou que acompanhará de perto a situação do país e também a dinâmica do mercado cambial e dos agregados monetários para calibrar a sua política de taxas de juro.
Por fim, o governo afirmou também que pretende usar tudo o que estiver ao seu alcance para a estabilidade monetária e redução da inflação.